Inovação Social para Terceiro Setor: mulheres vanguardistas

Inovação é substantivo feminino. Pensando nisso, neste Dia Internacional das Mulheres, decidimos falar sobre mulheres que têm desenvolvido trabalhos pioneiros com a intersecção entre tecnologia, transformação digital e Terceiro Setor. 


Conheça algumas ativistas que admiramos e que estão se destacando quando o assunto é inovação social.

Uma foto em preto e branco de uma mulher chamada Alessandra Orofino


Em 2010, a carioca
Alessandra Orofino decidiu utilizar seus conhecimentos para potencializar o direito à cidadania no município onde nasceu. Àquela altura, a jovem já acumulava uma bagagem considerável na área de políticas públicas e no Terceiro Setor. 


Em
entrevista à Superinteressante, a ativista contou que cresceu em um ambiente de visões de mundo distintas: de um lado, o pai meritocrata e conservador vindo da classe trabalhadora; do outro, a mãe progressista com origens na elite fluminense. 


A divergência doméstica de posicionamentos ideológicos em uma idade formativa ajudou Alessandra a ser mais empática, diplomática e questionadora. O cenário pavimentou o caminho que a levou a estudar Ciência Política, Economia e Direitos Humanos.  Em 2009, se juntou à
Purpose, incubadora global de soluções de impacto


Foi num projeto da organização que reencontrou o cientista político Miguel Lago, um antigo amigo da época de escola. Juntos, eles fundaram a
Meu Rio, uma ONG com o propósito de mostrar ao eleitor carioca que lutar por melhorias para a cidade é uma tarefa comunitária.


A ideia foi um sucesso e articulou dezenas de milhares de pessoas em prol de pautas ligadas à
educação, saúde, conservação ambiental e mobilidade urbana. Cinco anos depois, a iniciativa já tinha se espalhado por outras sete cidades brasileiras.


O aprendizado com a
Meu Rio levou à criação do Nossas — um coletivo que desenvolve tecnologias, plataformas e estratégias para engajar a população em causas sociopolíticas


A entidade desenvolveu propostas inovadoras como o
Bonde, ferramenta que disparava emails automatizados para a caixa de entrada de parlamentares responsáveis por projetos de lei específicos, e a interface que abrigou o abaixo-assinado “Fim do Orçamento Secreto”, angariando cerca de 40 mil assinaturas encaminhadas ao Supremo Tribunal.

Uma foto em preto e branco de uma mulher usando óculos.


A pedagoga
Aline Odara passou por dois grandes pontos de virada em sua vida: um diagnóstico de câncer e o processo de luto que sucedeu a perda do irmão. 


Essas duas experiências transformaram radicalmente sua maneira de enxergar a existência. Ela passou a se preocupar com projetos que fossem sementes — plantadas hoje para modificar o mundo a longo prazo — e valorizar ainda mais o poder do coletivo.


Logo no início da pandemia de Covid-19, Aline sentiu que era o momento de canalizar os valores que cultivava em um plano mais estruturado. 


Quando o lockdown começou a ser instituído em várias cidades do país, a insegurança se instaurou nas famílias brasileiras — sobretudo naquelas que faziam parte de contextos econômicos tradicionalmente esquecidos e marginalizados pela sociedade. 


Aquela ansiedade era uma velha conhecida de Aline, que já havia passado por alguns prognósticos incertos ao longo dos anos. Na época, ela era servidora pública em Campinas, e decidiu criar e movimentar vaquinhas para ajudar amigas e conhecidas que não possuíam a mesma estabilidade profissional. 


A iniciativa, originada pela criação de financiamentos coletivos para autônomas que passavam por dificuldades, logo cresceu. Virou uma rede de doações recorrentes em que participantes se dispunham a contribuir com R$ 20 mensais. 


Ao ver o potencial transformador do que construía, entendeu que poderia escalar o projeto e ajudar ainda mais pessoas. Convidou a amiga Fabiana Aguiar, que tinha experiência em gestão, e juntas criaram o
Fundo Agbara, primeiro fundo filantrópico para mulheres pretas do Brasil. 


O Agbara (que significa “potência” em yorubá) nasceu oficialmente em setembro de 2020 mas,
nas palavras de Aline em declaração ao jornal Folha de S. Paulo, “integra um processo de mais de 400 anos”. 


Hoje, o objetivo central da organização é o empoderamento econômico de mulheres negras. Para isso, há duas frentes de atuação: as jornadas formativas, que englobam cursos de capacitação e programas de aceleração realizados em 14 estados, e os aportes financeiros para negócios de pequenas empreendedoras. 


Até o momento, mais de R$ 325 mil já foram transferidos diretamente para mais de 2 mil beneficiárias das rodadas de financiamento. Os fundos, em sua maioria, são fruto das contribuições de investidores, tanto brasileiros quanto internacionais. Parte do dinheiro também vem de doações recorrentes. 


No fim do ano passado, Aline venceu o Prêmio Empreendedor Social 2023 na categoria “
Soluções que Inspiram”.

Uma foto em preto e branco de Julia Kumpera


Em 2018, a historiadora
Julia Kumpera ingressou no programa de mestrado em História Cultural da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Seu projeto de pesquisa abordava a repressão às homossexualidades durante a ditadura militar, com enfoque no papel do ativismo lésbico nos anos de censura e autoritarismo. 


No entanto, os estudos sobre lesbianidades enfrentam um entrave significativo no Brasil: o apagamento político e histórico de mulheres da comunidade LGBTQIAPN+. 


Os acervos e arquivos, geridos pela narrativa patriarcal ao longo da maior parte da Idade Contemporânea, nunca tiveram interesse em sistematizar documentos que oficializassem a articulação de lésbicas como um movimento organizado. Sem o devido cuidado institucional, essas evidências desapareceram e deixaram uma lacuna na História do Brasil. 


Julia sentiu a dificuldade causada por esse limbo documental enquanto tentava escrever sua dissertação. Em um grupo de WhatsApp com outras alunas de pós-graduação que também pesquisavam o tema, percebeu que essa era uma dor coletiva. 


O
Arquivo Lésbico Brasileiro (ALB) nasceu dessa reflexão. A organização foi fundada em 2020 e deu o pontapé inicial em suas atividades a partir de um financiamento coletivo, que conseguiu arrecadar mais de R$ 10 mil em menos de um mês. 


O ALB é pioneiro no trabalho de resgatar, higienizar, sistematizar e digitalizar documentos que atestam a história da resistência lésbica no Brasil. Todos os materiais são organizados e disponibilizados em uma biblioteca digital gratuita. 


Foi graças ao trabalho do Arquivo — e à pesquisa de Julia — que se obteve mais clareza sobre alguns eventos que transcorreram durante a ditadura militar, como
o levante do Ferro’s Bar, hoje considerado o “Stonewall brasileiro”.


Além de sua atuação principal com o acervo, o ALB também promove eventos e debates. Por meio da parceria com museus, contribui com a difusão e democratização do acesso à história da diversidade no país. 


Não deixe de acompanhar o trabalho dessas mulheres inspiradoras e seguir suas organizações nas redes sociais. 


Tablet displaying green stock chart on a wooden desk with blank paper and pencil.
9 de outubro de 2025
Quem está na gestão de uma organização da sociedade civil sabe: realizar um bom trabalho em campo já exige muito. Mas tão desafiador quanto executar um projeto é conseguir organizar os dados , gerar relatórios confiáveis e mostrar resultados com clareza . É aqui que muitas OSCs tropeçam. Não por falta de competência ou compromisso, mas por não terem as ferramentas certas. A gestão ainda depende de planilhas descentralizadas, relatórios manuais, dados perdidos entre e-mails e sistemas improvisados. O tempo que poderia estar sendo usado para expandir ações acaba sendo engolido por tarefas operacionais. E quando chega a hora de prestar contas faltam evidências estruturadas do impacto gerado. Isso mina a confiança, dificulta a captação e impede a organização de crescer. A verdade é que quem não mede, não melhora e quem não comunica com dados, não mobiliza. Mas não precisa ser assim. Com o avanço das tecnologias sociais, hoje já é possível transformar essa realidade: automatizar processos, centralizar informações, acompanhar indicadores em tempo real e profissionalizar a gestão, mesmo com equipes enxutas. Por que acompanhar indicadores de impacto é uma necessidade estratégica Em um cenário cada vez mais exigente, acompanhar os indicadores deixou de ser um diferencial e passou a ser um requisito fundamental para a sustentabilidade das organizações sociais. As expectativas por números concretos aumentaram. Financiadores, conselhos, parceiros e até o público geral buscam clareza sobre os resultados alcançados, a efetividade das ações e o uso dos recursos investidos. Nesse contexto, os indicadores cumprem um papel central. Eles não apenas sustentam a transparência e a prestação de contas, como também qualificam a gestão, orientam decisões e fortalecem o posicionamento institucional da organização. Além disso, dados estruturados geram insumos valiosos para a comunicação , potencializando a mobilização de pessoas e recursos de forma mais estratégica. Mais do que mensurar atividades, indicadores bem definidos e acompanhados permitem: Avaliar com precisão o alcance e a efetividade dos projetos Estabelecer metas realistas e observar a evolução ao longo do tempo Justificar investimentos e captar novos apoios com base em evidências Integrar gestão e comunicação de forma mais alinhada Para organizações que buscam profissionalizar sua atuação, crescer com consistência e gerar impacto real e reconhecido, a gestão orientada por dados é um caminho inevitável e altamente estratégico . Formas de automatizar o acompanhamento de indicadores Automatizar o acompanhamento de indicadores não significa necessariamente fazer mudanças radicais. Na prática, é possível começar com pequenas ações que, somadas, já geram economia de tempo e mais assertividade na gestão. Algumas formas comuns de iniciar esse processo incluem: Modelos padronizados de coleta de dados (em formulários online, por exemplo), que evitam retrabalho e perda de informações Dashboards simples , feitos com ferramentas como Google Data Studio ou Planilhas Google, que ajudam a visualizar a evolução de indicadores Relatórios automáticos por projeto , conectando bancos de dados simples a ferramentas de visualização Uso de plataformas especializadas , que integram diferentes áreas da organização (projetos, equipe, atendimento, impacto) em um só lugar A escolha da ferramenta depende da realidade de cada organização, volume de dados, número de projetos, tempo disponível da equipe e exigências de prestação de contas. O importante é saber que existem caminhos possíveis, mesmo com poucos recursos. E quanto mais cedo sua OSC começar a estruturar essa automação, mais fácil será escalar os resultados e comprovar impacto com consistência. Quando e como começar a usar tecnologia para acompanhar os indicadores da sua OSC Após entender a importância de medir o impacto e conhecer formas de automatizar esse processo, surge a pergunta prática: quando é o momento certo para começar a usar tecnologia? A resposta geralmente aparece no dia a dia: quando coletar dados manualmente, montar relatórios do zero e buscar informações em diferentes planilhas começa a tomar tempo demais e comprometer a qualidade das entregas. Se essa já é a realidade da sua equipe, é um sinal de que a tecnologia pode (e deve) entrar como aliada para facilitar o acompanhamento dos indicadores, sem precisar, para isso, de grandes estruturas ou equipes especializadas. Com o uso de plataformas pensadas para o terceiro setor, é possível: Centralizar dados de forma segura e acessível Acompanhar atualizações em tempo real Gerar relatórios completos com poucos cliques Reduzir o retrabalho e apoiar decisões com mais agilidade e precisão Hoje, já existem soluções acessíveis , inclusive para organizações de pequeno e médio porte, que tornam essa transição viável e leve. Uma delas é a Bússola Social , utilizada por diversas OSCs no país como ferramenta para organizar informações, sistematizar evidências e comunicar o impacto de forma mais estruturada. O que considerar antes de adotar uma solução tecnológica Começar a usar tecnologia na gestão de indicadores não exige uma estrutura complexa, mas é importante dar alguns passos estratégicos para garantir que a ferramenta traga resultados reais para a sua organização. Alguns pontos que merecem atenção nesse processo: Mapeie os principais indicadores que fazem sentido para sua causa, seus projetos e seus financiadores Engaje a equipe , explicando os benefícios da mudança e garantindo que todas as áreas estejam alinhadas com os novos processos Revise os fluxos de coleta de dados , identificando o que pode ser simplificado ou padronizado Defina objetivos claros : o que sua organização quer com essa tecnologia? Otimizar tempo? Melhorar relatórios? Prestar contas com mais precisão? A tecnologia por si só não resolve os desafios da gestão. Ela potencializa o que já existe e, com os processos certos, pode transformar como sua OSC acompanha, analisa e comunica seu impacto. Uma solução pensada para o Terceiro Setor: conheça mais sobre a Bússola Social Se a sua organização está pronta para dar esse próximo passo e profissionalizar a gestão dos indicadores , vale conhecer ferramentas criadas sob medida para a sua realidade. A Bússola Social é uma plataforma brasileira desenvolvida para facilitar o monitoramento de projetos, a coleta de dados e a geração de relatórios de impacto. Ela já é utilizada por mais de 1000 (mil) OSCs, de diferentes portes e causas, em todo o país. Na prática, a plataforma permite: Cadastrar e acompanhar metas por projeto ou território Visualizar indicadores em tempo real, em dashboards intuitivos Armazenar evidências (como fotos, relatos e documentos) com segurança Produzir relatórios completos e personalizáveis para prestação de contas A proposta da Bússola não é sobre tecnologia pela tecnologia, mas sim sobre colocar dados a serviço do impacto , tornando a gestão mais simples, confiável e eficiente. E por meio de uma parceria com a BC Marketing , organizações da nossa rede têm acesso à plataforma com implantação gratuita e suporte especializado para começar. Essa é uma forma concreta de adotar tecnologia com menos barreiras e mais apoio, fortalecendo a gestão de projetos e a comunicação do impacto que sua organização já realiza todos os dias. Transforme a forma como sua OSC coleta, analisa e comunica impacto Profissionalizar a gestão de indicadores não é apenas uma questão operacional, mas sim uma escolha estratégica para garantir sustentabilidade, transparência e relevância no longo prazo. Adotar tecnologia nesse processo significa transformar como sua organização impacta, fortalecendo a confiança de quem apoia e abrindo caminho para novas oportunidades. Se sua equipe está pronta para esse passo, a Bússola Social pode ser uma aliada nesse processo e, por meio da parceria com a BC Marketing , você pode começar com apoio técnico e já otimizando seus recursos com a implantação gratuita . Quer saber como isso funcionaria na prática para a sua organização? Clique aqui para acessar a página da parceria e agendar sua demonstração gratuita.
Hands around a laptop screen displaying data charts, next to a notebook, phone, and coffee cup.
19 de setembro de 2025
Descubra como transformar os US$ 10 mil do Google Ad Grants em resultados reais. Acesse o kit completo e acessível, feito para organizações do terceiro setor.
Five people working at a round table with laptops, phones, and notebooks. One is holding a phone.
20 de agosto de 2025
Descubra como o Google Tag Manager pode transformar a gestão digital da sua ONG, com mais agilidade, autonomia e impacto social.
Person typing on a laptop displaying graphs, sitting at a wooden desk.
Por hannah 30 de maio de 2025
Neste artigo, descubra como usar o Google Analytics 4 para aumentar o impacto das campanhas da sua organização!
Woman with megaphone protests, raising fist, other protestors blurred in background.
Por Hannah Dias 30 de maio de 2025
Neste artigo, descubra quem são os comunicadores de causa e como aplicar seus aprendizados na comunicação para impacto social da sua organização!
Two people reviewing charts and graphs at a desk. One points to a chart, sunlit.
Por hannah 30 de maio de 2025
Descubra como criar relatórios de comunicação eficazes em ONGs. Veja quais métricas acompanhar, como analisar resultados e usar ferramentas para melhorar o impacto das campanhas.
Por hannah 30 de maio de 2025
Sua ONG merece ser vista e apoiada. Entenda como ter um site pode fortalecer sua causa, ampliar a captação e abrir novas oportunidades.
Grupo de pessoas sentado ao redor de uma mesa olhando para um laptop simulando um site para ONGs
Por BC Marketing 30 de abril de 2025
Sua iniciativa ainda não tem site? Entenda por que uma casinha digital pode transformar a sua ONG em potência de impacto real.
Um monte de caixas com a palavra google nelas
Por Érika BC 29 de abril de 2025
Evite os principais erros e transforme os $ 10.000 do Google Ad Grants em mais alcance, doações e impacto para sua OSC.
Uma designer segura um laptop nas mãos em um escritório para ilustrar o uso de Canva para ONGs
Por BC Marketing 29 de abril de 2025
Aprenda como usar o Canva no terceiro setor e crie materiais visuais incríveis para sua ONG com agilidade, estratégia e impacto social.